Cartas de Ouro Preto reforçam importância de novo plano de preservação audiovisual
Reprodução: Telaviva
Na manhã desta segunda-feira, dia 26 de junho, último dia da 18ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, os Encontros de Arquivos e os Encontros de Educação apresentaram os resultados finais de uma semana de debates, discussões e aprimoramentos de seus trabalhos. Novidades foram anunciadas e reforçadas e um contato direto entre entidades dos dois setores e o governo federal foi realizado no intuito de levar ao poder público as definições e perspectivas de áreas essenciais no desenvolvimento do país.
Na Carta de Ouro Preto da ABPA (Associação Brasileira de Preservação Audiovisual), a entidade exalta duas iniciativas lançadas durante a CineOP: a criação, por parte do Ministério da Cultura, de uma diretoria de Preservação e Difusão Audiovisual; e a fundação do Fórum Brasileiro de Museus da Imagem e do Som – MIS em Rede.
Além disso, a Carta reforça a atualização do PNPA (Plano Nacional de Preservação Audiovisual), documento desenvolvido durante vários anos em encontros da CineOP e que seria protocolado no governo federal em 2016, quando o setor foi surpreendido pelo impeachment de Dilma Rousseff e o posterior descaso das gestões federais com a área de preservação audiovisual. Com a recriação do Ministério da Cultura em janeiro de 2023, a ABPA encontrou novos canais de diálogo, que culminaram num novo Plano e sua ocasional entrega ao governo.
Por sua vez, a Carta de Ouro Preto apresentada pelo Encontro da Educação e XV Fórum da Rede Kino chamou atenção para a implantação de uma nova PNED (Política Nacional de Educação Digital). “Nosso diagnóstico revela a necessidade de uma PNED que inclua o audiovisual como um de seus eixos estruturantes, tendo em vista que 82% do conteúdo digital que circula na internet é audiovisual. Dessa forma, com base em nossa experiência, um eixo audiovisual atua na transversalização, descentralização e territorialização da educação digital em todo o Brasil, tendo potencialidade de incentivar a adoção de leis e políticas semelhantes em outros países latino-americanos”, registram os educadores.
Nesse cenário, pensa-se “uma educação digital que não sirva estritamente aos interesses de uma inovação industrial e mercadológica, à compra e venda de novos aparelhos tecnológicos, forçando uma obsolescência programada com impactos ambientais irreversíveis e um excessivo consumo de energia que coloca em risco a sustentabilidade da vida planetária”, mas sim “o acesso básico da escola pública a equipamentos, formação e tecnologias assistivas e, especialmente, uma educação digital crítica alinhada a processos criadores e inventivos de mundos mais justos, menos desiguais e menos violentos”.