O estudo foi apresentado pela diretora da Agência, Rosana Alcântara, durante palestra no Telas Fórum, congresso sobre o mercado de conteúdos audiovisuais, em São Paulo. “Em 2013, as atividades econômicas do setor audiovisual foram diretamente responsáveis por uma geração de renda de R$ 22,2 bilhões na economia. Em 2007, este valor era de apenas R$ 8,7 bilhões correntes”, explicou a diretora.
Por conta do seu crescimento acelerado, a contribuição do setor, que em 2007 representava 0,38% do valor adicionado total da economia, passou a representar 0,54% em 2013. “A participação do setor na economia está à frente, por exemplo, das indústrias têxtil e farmacêutica e da produção de produtos eletrônicos e de informática. O peso relativo do audiovisual na economia do País é cada vez maior e precisa ser levado em consideração”, avalia o diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel.
Em relação à participação de cada segmento dentro do setor audiovisual, o estudo revela que a principal mudança se deu entre os segmentos de TV aberta e de TV fechada (programadoras e operadoras de TV por assinatura). Enquanto o primeiro teve queda na participação de 19,5 pontos percentuais no período de 2007 a 2013, o segundo cresceu 19,4 pontos percentuais.
O aumento no segmento da TV fechada se deu tanto entre as operadoras quanto entre as programadoras. A participação das operadoras, que era de 24,3% em 2007, passou para 37,5% em 2013. Já a atividade das programadoras teve participação de 12,2% na renda do setor audiovisual em 2013. Em 2007, esse valor era de apenas 6%.
Outro expressivo aumento foi na atividade de exibição cinematográfica, que praticamente dobrou sua participação, passando a representar 3% do total do valor adicionado do setor, em contraste com os 1,6% registrados em 2007.
Elaborado pela Secretaria Executiva da ANCINE, a pesquisa se baseou em dados apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Passaremos a atualizar anualmente os números do valor adicionado do audiovisual.Conseguiremos, dessa forma, visualizar o impacto do setor na economia e acompanhar seu desempenho”, explica Rosana Alcântara.
O estudo considerou como integrantes do setor audiovisual onze atividades econômicas classificadas segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE versão 2.0:
Atividades de produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão – 59.11-1;
Atividades de pós-produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão – 59.12-0;
Distribuição cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão – 59.13-8;
Atividades de exibição cinematográfica – 59.14-6;
Atividades de televisão aberta – 60.21-7;
Programadoras e atividades relacionadas à televisão por assinatura – 60.22-5;
Operadoras de televisão por assinatura por cabo – 61.41-8;
Operadoras de televisão por assinatura por micro-ondas – 61.42-6;
Operadoras de televisão por assinatura por satélite – 61.43-4;
Aluguel de fitas de vídeo, DVDs e similares – 77.22-5;
Comércio varejista de discos, CD’s, DVDs e fitas – 47.62-8.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula sistematicamente o Valor Adicionado dos diversos setores que integram a economia do país por meio de pesquisas setoriais — Pesquisa Anual de Serviços (PAS), Pesquisa Anual de Comércio (PAC) e Pesquisa Industrial Anual (PIA) — e por meio do Sistema de Contas Nacionais. O universo dos dados utilizados nas pesquisas refere-se a empresas com 20 ou mais pessoas empregadas.
O valor adicionado mede a relevância econômica do setor, e o seu acompanhamento permite a realização de análises sobre a sua evolução ao longo do tempo, assim como comparações com outros setores e com outros países. O Produto Interno Bruto (PIB) a preços básicos corresponde ao somatório dos valores adicionados pelas diversas atividades econômicas realizadas em território nacional.
Fonte: Ancine