Indicadores do cinema nacional melhoram no primeiro semestre de 2018
A Agência Nacional do Cinema – ANCINE realizou na última quinta-feira, 26 de julho, a terceira reunião da Câmara Técnica do Segmento de Mercado de Salas de Exibição. A Câmara foi criada em dezembro de 2017, após encontro de distribuidores e exibidores com a ANCINE para definição anual da cota de tela. O objetivo do grupo, que pretende se reunir mensalmente, é acompanhar e analisar o comportamento do mercado de salas de exibição desde que foi aprovada, em janeiro de 2018, a aferição por sessão de cinema para cumprimento de cota de tela.
A reunião, realizada na sede da ANCINE no Rio de Janeiro, foi aberta pelo diretor-presidente da Agência, Christian de castro, e contou com a presença dos diretores Alex Braga e Mariana Ribas.
“Foi uma demanda do setor que tivéssemos um acompanhamento mensal trazendo as questões do mercado, sempre nessa relação continua entre produtores, distribuidores e exibidores. Buscar a melhor forma de fazer esse mercado funcionar e aumentar a participação de mercado, com maior escolha de filmes brasileiros. Tudo isso com produtores independentes produzindo mais, com distribuidoras independentes brasileiras fortes, trabalhando junto com os players internacionais que também são importantes no nosso mercado, tanto na distribuição, quanto na exibição. O objetivo final é que o filmes brasileiros independentes consigam chegar no seu contato com o público”, avalia Christian.
Conduzida pela Superintendente de Análise de Mercado, Luana Rufino, a reunião iniciou com a avaliação do resultado do mercado de salas de exibição do 1º semestre de 2018 em comparação com o mesmo período de 2017.
De acordo com dados da Superintendência de Análise de Mercado (SAM), a partir das informações recolhidas pelo Sistema de Controle de Bilheteria (SCB), todos os indicadores do cinema nacional melhoraram (número de sessões, público, participação de mercado e títulos exibidos). Esse resultado se mantém mesmo quando se exclui da análise obras com grandes bilheterias que poderiam distorcer o resultado, como “Nada a perder”, “Minha mãe é uma peça 2”, “Vingadores: guerra infinita”, entre outros.
Luana Rufino apresentou também os dados da nova metodologia de aferição da Cota de Tela por sessão, e destacou que o cumprimento quase dobrou no 1º semestre de 2018, passando de 117 mil dias no período, ante pouco mais de 67 mil dias no 1º semestre de 2017. Veja a apresentação da Superintendente aqui.
Além disso, a Cota de Tela por sessão também favoreceu as pequenas produções brasileiras. Entre as obras com menos de 100 mil espectadores de 2018, a metade obteve mais de 90 sessões em sua carreira, enquanto que em 2017 metade dos filmes na mesma faixa não passaram de 32 sessões no total. O que significa que, de forma geral, os filmes pequenos brasileiros se distribuíram de maneira mais equilibrada no mercado, encontrando mais espaço e, naturalmente, mais público e renda.
Na sequência da reunião, André Sturm (Secretário de Cultura da cidade de São Paulo), fez uma apresentação de avaliação do atual estado do mercado de salas de exibição, onde mostrou preocupação com os resultados dos filmes brasileiros e estrangeiros destinados ao público adulto.
Os representantes de mercado que participaram da Câmara Técnica foram: Bruno Wainer (ADIBRA – Associação das Distribuidoras Brasileira); Adhemar de Oliveira (REDIF – Rede de Distribuição de Filmes Independentes) Felipe Lopes (ANDAI) Gilberto Leal (Sindicado dos Exibidores do Rio de Janeiro); Glaucia Camargos (Sindicato da Indústria Audiovisual); Luiz Gonzaga Assis De Luca (FENEC – Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográfica); Luiz Severiano (ABRACINE – Associação Brasileira de Exibidores de Cinema); Rodrigo Saturnino (Diretor Geral da Sony Pictures/Universal Pictures no Brasil); Silvia Cruz (ANDAI); Francisco Martins (APACI Associação Paulista de Cineasta); Leonardo Edde (SICAV – Sindicato da indústria Audiovisual); Geórgia Araújo (SIAESP – Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo); Jorge Assumpção (Paris Filmes); Antônio Carlos Caio da Silva (ABRAPLEX – Associação das Empresas Cinematográficas Operadoras de Cinema Multiplex); André Sturm (Secretário de Cultura de São Paulo); Cesar Silva (Sindicato dos Distribuidores do Rio de Janeiro); Daniel Caetano (ABRACI – Associação Brasileira de Cineastas).
Fonte: ANCINE