Gigantes da tecnologia e do entretenimento estão apostando bilhões em que a realidade virtual será muito mais que uma moda passageira, e que revolucionará a maneira pela qual nos relacionamos com filmes, notícias, eventos esportivos, videogames e muito mais.
Enquanto isso, cineastas e outros criadores estão tendo de encarar uma nova linguagem narrativa e de superar alguns desafios formidáveis –por exemplo os headsets claustrofóbicos que causam enjoos a algumas pessoas.
A competição pelo domínio desse mercado vai começar a sério nos próximos meses, com a chegada de novos headsets de alta capacidade e preço acessível.
E Disney, Comcast, Time Warner e Legendary Entertainment são apenas algumas das empresas de entretenimento que estão colocando bilhões de dólares na louca corrida por criar conteúdo para essas máquinas. Em 2025, o mercado de conteúdo para realidade virtual será de US$ 5,4 bilhões, de acordo com o banco de investimento Piper Jaffray. O componente de hardware movimentará US$ 62 bilhões.
“A era atual da realidade virtual é como a dos celulares do tamanho de um tijolo”, disse Ted Schilowitz, futurista residente da 20th Century Fox. “A tecnologia funciona. É notável. Mas ainda não está nem perto de ser boa o bastante, em qualquer de seus aspectos, para conquistar adesão em massa”.
Mas, ele acrescentou, “a cada mês estamos nos aproximando mais da meta”.
Sem conteúdo de qualidade, mesmo a mais impressionante tecnologia não atrairá mais que alguns poucos consumidores experimentais. Uma das experiências mais visíveis quanto a preencher esse vazio está acontecendo no estúdio de Schilowitz, no qual o diretor Robert Stromberg (“Malévola”), Ridley Scott e o Fox Innovation Lab estão dando os toques finais em um complemento de realidade virtual para “O Marciano”, grande sucesso de bilheteria dirigido por Scott.
No filme de 15 a 20 minutos que será lançado no começo do ano que vem, os espectadores se tornarão o astronauta náufrago (interpretado no cinema por Matt Damon), e poderão percorrer o planeta e tentar realizar tarefas que os mantenham vivos. Poderão até experimentar a gravidade zero do espaço e dirigir o jipe espacial em Marte.
Fonte: Lorne Manly/ The New York Times (traduzido por Paulo Migliacci/ Folha de S. Paulo)