A lista da 72 ª edição da mostra, que começa amanhã com a exibição, hors- concours, da superprodução americana “Everest”, de Baltasar Kormákur, indica que a seca latina chegou ao fim. A competição ao Leão de Ouro, por exemplo, inclui o argentino “El clan”, de Pablo Trapero, e o venezuelano “Desda allá”, de Lorenzo Vigas. E a disputa da mostra Horizontes tem mais três representantes: o mexicano “Un monstruo de mil cabezas”, de Rodrigo Plá, e os brasileiros “Boi neon”, de Gabriel Mascaro, e “Mateme por favor”, de Anita Rocha da Silveira.
— Neste ano, finalmente, além da quantidade de títulos latinos ofertados, observamos também um aumento na qualidade dos filmes. Tenho a impressão de que, tirando o que tem sido feito nos EUA e em alguns países da Europa, o cinema mais interessante no mundo neste momento vem da América Latina. Há algo de novo e muito excitante vindo daí, e não mais da Ásia, como pareceu ser nos últimos dez anos — conta Barbera, em entrevista ao GLOBO. — Acho, inclusive, que é preciso ficar atento ao que está sendo feito na América do Sul.
Barbera ficou particularmente entusiasmado com os dois brasileiros escalados para a mostra paralela reservada a filmes mais experimentais. Coprodução com o Uruguai e a Holanda, “Boi neon” é o segundo longa de ficção de Mascaro, pernambucano que rodou o circuito de festivais ano passado com “Ventos de agosto”. Ambientada no universo da vaquejada, a trama é descrita pelo diretor como “uma alegoria das transformações recentes do país”. Coprodução com a Argentina, “Mate- me por favor” é o filme de estreia da carioca Anita, um suspense construído em torno de um grupo de estudantes da Barra da Tijuca ( leia mais abaixo).
— Esta nova geração de brasileiros não tem uma relação forte com o cinema clássico. Eles fazem um cinema extremamente enraizado nos dilemas da sociedade contemporânea e, para isso, usam formas e linguagens diferentes, frescas. Fiquei muito surpreso com essa nova corrente — reconhece Barbera, que chegou a assistir a outras produções brasileiras “interessantes” entre os inscritos deste ano. — Na verdade, pensamos na possibilidade de ter um desses dois filmes na competição principal. Mas era preciso manter o equilíbrio da seleção.
Barbera ficou particularmente entusiasmado com os dois brasileiros escalados para a mostra paralela reservada a filmes mais experimentais. Coprodução com o Uruguai e a Holanda, “Boi neon” é o segundo longa de ficção de Mascaro, pernambucano que rodou o circuito de festivais ano passado com “Ventos de agosto”. Ambientada no universo da vaquejada, a trama é descrita pelo diretor como “uma alegoria das transformações recentes do país”. Coprodução com a Argentina, “Mate- me por favor” é o filme de estreia da carioca Anita, um suspense construído em torno de um grupo de estudantes da Barra da Tijuca ( leia mais abaixo).
(Com informações de O Globo)