Crivella troca comando da Riofilme
Houve troca no comando da Riofilme . Foi exonerado nesta terça-feira Marco Aurélio Marcondes , que estava no cargo desde janeiro de 2017, e entra o jornalista Cesar Miranda Ribeiro . A mudança foi publicada no Diário Oficial, por decisão do prefeito Marcelo Crivella.
Procurada, a Secretaria Municipal de Cultura diz que a mudança se deu por “critérios técnicos” (sem detalhar quais seriam), acrescentando que Ribeiro só vai dar entrevista após se familiarizar com o cargo. Além de jornalista, o novo diretor-presidente da Riofilme já passou pela TV Globo, onde trabalhou como diretor e produtor. Marcondes, que tem carreira focada nos ramos de distribuição e produção, disse não saber por que foi exonerado.
— É um direito do prefeito. O cargo é dele. Tenho orgulho do trabalho que fiz na Riofilme. Nunca sofri interferência do prefeito. Inclusive lançamos sem problemas filmes como “Legalize já” ( que conta a história de Marcelo D2 e a formação do Planet Hemp ). Deve ter sido uma decisão política, e isso faz parte do jogo. Não conheço o Cesar Miranda Ribeiro — disse Marcondes.
Criada em 1992 com a promessa de ser uma potente distribuidora de filmes nacionais, a Riofilme ajudou a lançar mais de 510 produções, foi braço fundamental da Retomada do cinema brasileiro, já teve para investir na área mais de R$ 50 milhões em seu auge, em 2012, e inspirou iniciativas semelhantes. Hoje, vive com um orçamento mínimo. Em 2018, teve R$ 6,4 milhões em caixa — R$ 5 milhões a menos do que em 2017, segundo o portal Rio Transparente. Este ano, o orçamento previsto é semelhante ao anterior: R$ 6,5 milhões.
No ano passado, a Riofilme anunciou um projeto de revitalização da empresa, com a criação do Centro de Referência do Audiovisual, nas Casas Casadas, em Laranjeiras, que sediaria um complexo com quatro cinemas, um bistrô, uma livraria e um espaço multiuso. A ideia era que o local fosse inaugurado em dezembro passado, mas ainda está em fase de licitação.
— Estávamos desenvolvendo trabalhos com poucos recursos, com um dos orçamentos mais baixos da história. Tínhamos a intenção de exportar filmes para fora do Brasil. Espero que esses projetos sigam pra frente — completou Marcondes.
Fonte: O Globo