“Efeito Netflix”: streaming destaca a importância dos fãs nas divulgações
Reprodução: Propmark
Painel recebeu executivos da plataforma para contar como são feitos os trabalhos de promoção dos novos títulos
A Netflix foi a protagonista de um dos palcos do primeiro dia do Rio2C, iniciado nesta terça-feira (4). O palco Summit BITS recebeu Elisabetta Zenatti, VP de Conteúdo, Jana Borges, diretora sênior de marketing e Julio Neves, diretor descoberta e promoção da plataforma.
O bate papo, mediado por Leonardo Edde, sócio-fundador da Urca Filmes e presidente do Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (SICAV) teve como objetivo desmembrar o chamado “Efeito Netflix” e falar sobre a forma que o streaming trabalha para se conectar com o público.
Iniciado por Elisabetta, a executiva ressaltou que a Netflix deu mais poder de escolha e controle para os consumidores, algo que não era visto antes. Além disso, ela também afirmou que a empresa trabalha em cima de quatro pilares: alcance, variedade e qualidade, recomendações e engajamento dos fãs. “Juntos, eles fazem com que os filmes e séries do Netflix sejam mais impactantes”, explicou
A VP de conteúdo apontou que, atualmente, a plataforma conta com 270 milhões de conta, o que significa que um alcance de 540 milhões, levando em consideração que duas pessoas usem a conta, que é a métrica trabalhada pela empresa.
Levando em conta a quantidade milionária de pessoas, ela também ressaltou a importância de a plataforma trabalhar com diversos temas em suas séries, filmes e documentários para que os conteúdos cheguem e agradem a maior porcentagem possível do público consumidor.
“Nossa audiência é gigantesca e a ideia de entretenimento é diferente para cada um. Por isso, temos que continuar investindo e desenvolvendo mais títulos, focando sempre em fazer a melhor versão de cada história porque a nossa definição de qualidade é o cliente dar o play e assistir até o final”, ressaltou Elisabetta.
Já Neves usou seu tempo para explicar como são feitas as escolhas das páginas iniciais da Netflix, uma vez que cada pessoa possui uma diferente, composta a partir de títulos vistos anteriormente e gostos particulares.
Segundo ele, o principal trabalho da sua equipe é fazer com que as pessoas encontrem os títulos certos, na hora certa. Sobre a personalização, o executivo ressaltou a diversidade de públicos que são assinantes e, consequentemente, as recomendações precisam conversar com cada um e refletir essas diferenças.
Como exemplo, ele mostrou as divergências entre a sua própria página inicial e de seu esposo que, apesar de terem algumas séries e filmes em comum, muitas das temáticas eram contrárias.
“Depois de anos de tentativa e erro, nós aprendemos que algumas coisas facilitam a promoção de conteúdo, como por exemplo começar a promover os lançamentos cedo. Quando as pessoas sabem que algo será lançado, é mais fácil de as pessoas encontrarem aquilo”, explicou.
Para essa finalidade, o diretor apontou que os trailers e teasers de lançamentos da plataforma, atualmente, alcançam mais de seis bilhões de impressões por mês e que, só em 2023, a Netflix somou mais de 100 bilhões de impressões orgânicas.
Além disso, as abas “vale a espera” e o botão de “lembre-me” também exercem um papel fundamental no marketing de antecipação dos conteúdos, além das mais de 90 peças promocionais que são criadas para cada lançamento.
Nessa linha, Jana Borges completou a informação apontando que, por ano, a Netflix investe US$ 2 bilhões para promover as suas séries e filmes, além de ressaltar a importância do público na divulgação e pulverização do assunto nas redes sociais. “Toda vez que alguém comenta ou recomenda um título nosso, é porque a nossa ferramenta de marca está funcionando”, apontou.
A diretora sênior de marketing completou sua fala dando exemplos de produções da plataforma que fizeram com que produtos tivessem aumento de compras, como é o caso do tênis “Slip-On”, da Vans, usado pelos personagens da série e que teve um salto de vendas, segundo os dados da revista Variety.
Outro exemplo é a música “Running Up That Hill”, de Kate Bush, que alcançou 1 bilhão em streams no spotify após ter sido uma das canções que compõem a trilha sonora da quarta temporada de “Stranger Things”. “Isso é engajamento. São os fãs trabalhando para a gente”, finalizou.