MUNDO DA ANIMAÇÃO: DOS RABISCOS ATÉ A COMPUTAÇÃO GRÁFICA
Curtis criou ou ajudou na elaboração de personagens marcantes para crianças e adultos, como Alex, o leão de “Madagascar” ou o dragão Banguela, de “Como domar seu dragão”. Num clima descontraído, ele falou para uma plateia lotada e atenta, que também incluiu crianças: — Trabalho com animação há cerca de 20 anos e nos últimos 13 anos tenho sido animador em tempo integral. Posso dizer que o trabalho mudou muito nesta última década e meia. Antes, o profissional tinha que saber desenhar muito bem, tinha que fazer desenhos repetidamente, de forma coerente e tinha que passar a noção de tempo, fazer a dramatização etc. Poucos conseguiam.
“DESENHEM SEM PARAR”
Agora, com o uso da computação gráfica, ressaltou Curtir, a característica do trabalho do animador mudou: ele precisa saber desenhar, mas conta com o auxílio da tecnologia, que também precisa sem bem empregada, caso contrário, os desenhos ficas sem vida, com ângulos e proporções que não convencem o espectador. Ao final, Curtis concluiu que a melhor maneira de chegar à perfeição ainda é desenhando. — Se tivesse que dar um conselho para quem quer fazer animação seria: desenhe sem parar. A programação de palestras teve, ainda, uma concorrida apresentação do designer Fred Gelli, que emocionou a plateia ao contar como idealizou e chegou ao formato final das marcas Olímpica e Paralímpica da Rio 2016.
“NUVEM DE INFORMAÇÃO”
Também no sábado, o público participou da mesa-redonda “Design e comunicação: meio e mensagem em tempos de multimídia”, em que foram discutidos os impactos dos avanços tecnológicos e a democratização do acesso a essas ferramentas, numa época em que todos são potenciais emissores e receptores da comunicação. Para os profissionais, o design tem o importante papel de ajudar a ordenar e dar sentido à troca de informações. Mediado pelo editor-executivo de multimídia do Globo, Chico Amaral, o encontro teve a participação de professor da ESPM Rio, Luciano Tardin; do designer da Diálogo, Ricardo Saint-Clair; da designer Valéria London, sócia e diretora da Valeria London Deisgn; e do diretor do estúdio Tecnopop, Marcelo Pereira. Para Tardin, caberia ao profissional de design construir o sentido em meio a essa “nuvem de informação”. Ele ressaltou que o hiperestímulo merece ser estudado: — Hoje o ser humano é bombardeado por informações por diversos canais, e boa parte do conteúdo se perde.
Fonte: O Globo