POWER TO THE PIXEL APONTA NOVOS CAMINHOS PARA PRODUTORES BRASILEIROS
Promovido com o apoio da RioFilme, do Sicav e do Sistema FIRJAN, o Power to the Pixel selecionou três produções brasileiras – mais especificamente fluminenses – para participarem da edição 2015. Na abertura do seminário, os participantes puderam assistir ao vídeo produzido pela fundadora e CEO do Power to the Pixel Liz Rosenthal, destacando a participação não só do Brasil, mas de toda América Latina, no principal evento transmídia do mundo.
A roteirista da Chatrone, Carina Schulze, usou sua experiência nos Estados Unidos para falar sobre a internacionalização de produções brasileiras. “Observando qual conteúdo nacional vale a pena ser colocado em uma coprodução temos a possibilidade de trabalharmos com outros países” falou Carina, destacando as principais oportunidades em filmes de animação.
Assim como Carina, a produtora da Lupa Filmes, Malu Miranda teve grande parte de sua carreira voltada para produções americanas, principalmente as que usavam o Brasil como cenário. Ao longo dos anos, percebeu que os brasileiros apreciam filmes de terror e de outros gêneros fictícios, porém as produções nacionais deste tipo não cativam o público local da mesma forma que as internacionais. A participação da produtora no Power to the Pixel abriu novas possibilidades para a execução de seu novo projeto em desenvolvimento, “O Rastro”. “Para o filme, temos a ideia de criarmos um roteiro de terror com realidade virtual e interatividade. O evento abriu nossa mente para contarmos nossa história de uma maneira inovadora”, disse Malu.
Interatividade é o que não falta no projeto do produtor da mobCONTENT, Marcos Ferreira, que conta a história real de Baquaqua, um negro capturado na África que foi enviado para o Brasil e depois fugiu, passando por Estados Unidos, Haiti, Canadá e Inglaterra. “Considerando a rota feita por Baquaqua, temos pelo menos cinco países que podem investir”, destacou Marcos. O projeto conta com uso de um aplicativo de celular, um site com informações sobre o ex-escravo e uma equipe de pesquisa para coletar novos dados, já que não se sabe se ele conseguiu retornar a sua terra natal. “Foi incrível apresentar nossa ideia no Power to the Pixel”, comemorou ele.
Além dos produtores que foram ao evento, o seminário também contou com a palestra dos produtores da Urca Filmes, Leonardo Edde e Eduardo Albergaria, que apresentaram o projeto “Sebastiana Quebra-Galho”. A produtora carioca adquiriu os direitos do livro de dicas de cuidados para a rotina da casa que até hoje faz sucesso e agora desenvolve a ideia para ser utilizada em outras mídias. “Transmídia não é fazer a mesma coisa em todas as mídias”, afirmou Leonardo, mostrando que o projeto conta com um canal no Youtube, um aplicativo de celular, um perfil da personagem no Facebook para interação com usuários e pequenos vídeos sendo apresentados no portal GShow, da Globo.com. Além da produção de uma série de televisão, já em desenvolvimento, Eduardo visualiza como poderá aproveitar o projeto no futuro. “Nossa visão é que a ‘Sebastiana’ entre na sua casa, seja pela TV, pelos smartphones ou, mais para frente, nas geladeiras e fogões da era da Internet das Coisas”, planeja.
Gabriel Adão/ Movimento Sindical FIRJAN