UM CENÁRIO DE EXPANSÃO
É o que ficou evidente no quarto dia da Rio Conferences. O encontro vem reunindo, desde o dia 13 de junho, empresários, investidores e representantes do setor público para debater oportunidades de atração de novos negócios para a capital fluminense.
“O Rio está na liderança da indústria audiovisual brasileira, mas podemos avançar ainda mais. Contamos com a excelência de profissionais e empresas e a vitalidade de um setor que pode contribuir muito para o desenvolvimento da cidade e do estado”, disse o secretário municipal de Cultura do Rio e presidente da RioFilme, Sérgio Sá Leitão.
Os desafios correspondem à importância do setor. Nada menos de 50% da produção nacional de cinema é feita no Rio. Pelo menos 20% de todo o conteúdo audiovisual do país é produzido na cidade. A indústria emprega, de acordo com estimativas da Firjan, quase 30 mil pessoas só na capital do estado.
“Temos gargalos a superar, como a política de tributação e a capacitação de mão-de-obra, mas a economia criativa assumiu um papel protagonista”, afirmou Luciane Gorgulho, chefe do departamento de cultura, turismo e entretenimento do BNDES. Segundo ela, o setor de audiovisual está vivendo uma revolução nos últimos anos, devido aos investimentos, mudanças na regulamentação e pela explosão da demanda por conteúdo. “Essa é uma grande oportunidade”, assinalou.
Marcos Madureira, vice-presidente executivo de comunicação, marketing, relações institucionais e sustentabilidade do Santander, também traça um cenário otimista. “Temos um arcabouço legal que apoia a produção audiovisual no país, uma criatividade tremenda, artistas e produtores dos melhores que existem no mundo. Temos que trabalhar muito para deixar esse setor mais eficiente, mas as bases estão montadas”, afirmou, em vídeo.
Para Sérgio Sá Leitão, um dos diferenciais no Rio, além dos investimentos, são iniciativas que acenam para o desenvolvimento de uma politica industrial do setor. “A RioFilme, por exemplo, é uma experiência muito bem sucedida que pode e já está sendo replicada em outros estados”, destacou.
Steve Solot, presidente da Rio Film Comission – parceria da Secretaria de Estado de Cultura com a RioFilme para atrair produções audiovisuais para o Rio de Janeiro – destacou a necessidade de criação de mecanismos que compensem o produtor pelos gastos na escolha da cidade e do estado como cenários. “Perdemos uma produção para a Colômbia, que ofereceu 60% de ajuda do valor do projeto, mas mesmo sem esse tipo de incentivo ganhamos uma produção importante, da terceira temporada de uma série gravada no Rio, que será lançada este ano”, disse.
Leonardo Monteiro de Barros, da Conspiração Filmes, apontou a internacionalização como um caminho para consolidação da indústria. Além de atrair produções de fora, ele defende a exportação de obras prontas, a produção de obras em inglês e realização de coproduções internacionais. Já André Dias, diretor de projetos especiais da Rede Globo, falou que a cadeia produtiva do audiovisual é imensa e que projetos da emissora contribuem para capacitação de mão de obra.
Para Edgar Diniz, presidente do canal Esporte Interativo, “a indústria de TV paga está pendurada no esporte. O desafio é produzir conteúdo que permita assistir esporte em qualquer lugar, em qualquer tela”, afirmou.
Fonte: O Globo